A setor global de abacate está em busca de uma nova variedade que supere o icônico Hass em eficiência, sustentabilidade e sabor.
O objetivo é desenvolver um “SuperHass”, uma fruta que mantenha a aparência do Hass, mas com maior rendimento agronômico, menor impacto no consumo de água e um perfil organoléptico melhorado.
Segundo Zac Bard, presidente da Organização Mundial do Abacate (WAO), os produtores de novas variedades estão explorando opções que permitirão ao setor manter seu crescimento, especialmente em um contexto onde as mudanças climáticas e a pressão sobre os recursos hídricos representam grandes desafios para os produtores.
O boom global do abacate
O consumo de abacate continua a crescer em todo o mundo. Os Estados Unidos continuam sendo o maior e mais importante mercado do mundo, com um consumo per capita de 4 kg por pessoa por ano. A Europa tem experimentado um rápido crescimento nos últimos anos, com um consumo variando entre 900 g e 2 kg per capita anualmente. No entanto, esses níveis ainda estão muito abaixo dos de países como México, Chile e Israel, onde o consumo ultrapassa 10 kg per capita.
A Alemanha foi o país que mais aumentou seu consumo, ultrapassando a França e o Reino Unido; e os países escandinavos lideram em consumo per capita.
No entanto, o verdadeiro horizonte de crescimento está na Ásia, região que abriga 64% da população mundial e onde o abacate ainda é desconhecido da maioria dos consumidores. Segundo Bard, “a decolagem do mercado asiático será gradual, mas, quando ocorrer, espera-se que seja em larga escala. A Índia já mostra os primeiros sinais desse crescimento.”
A produção global continua a aumentar
O aumento do consumo acompanhou o aumento da produção. Áreas historicamente cultivadas expandiram suas plantações, enquanto novos países produtores começaram a entrar no mercado global. Em particular, algumas nações africanas estão emergindo como atores-chave no fornecimento internacional.
Apesar desses esforços, o setor enfrenta um cenário desafiador. As mudanças climáticas intensificaram os extremos de temperatura, impactando os períodos de crescimento das culturas e a estabilidade do abastecimento. Além disso, a crise hídrica está emergindo como um fator-chave na produção de abacate, com fenômenos como El Niño e La Niña afetando de forma imprevisível os principais países produtores.
O Peru, por exemplo, sofreu com chuvas inesperadas e mudanças bruscas de temperatura nos últimos dois anos, embora se espere uma maior estabilidade climática nos próximos quatro a sete anos. No entanto, o setor sabe que precisa se adaptar constantemente a essas mudanças.
Abacates de casca verde
Há duas décadas, os abacates de casca verde eram os mais comuns no mercado, mas com o tempo foram substituídos pelo abacate Hass. No entanto, um nicho de mercado pode ser aberto para essas variedades, oferecendo aos consumidores opções diferenciadas.
A WAO desempenha um papel fundamental na promoção global do abacate. Sua missão é educar os consumidores sobre os benefícios desta fruta para a saúde, destacando seu teor de gordura saudável, seu impacto positivo na saúde cardíaca e sua relação com a prevenção de doenças como o diabetes.
Fonte: https://fruittoday.com/la-industria-del-aguacate-busca-su-superhass