20/01/2022
Em 2021 o Brasil exportou 1,2 milhão de toneladas, correspondendo a US$ 1,06 bilhão, uma alta de 19% em relação a 2020.
Estados que mais exportaram
Pernambuco………………………………………… US$ 244 milhões
Bahia ……………………………………………………..US$ 191 milhões
Ceará ……………………………………………………..US$ 178 milhões
Rio Grande do Norte ………………………….US$ 167 milhões
São Paulo ……………………………………………..US$ 160 milhões
Rio Grande do Sul……………………………… US$ 79 milhões
Pará ……………………………………………………….US$ 49 milhões
Santa Catarina …………………………………….US$ 34 milhões
Espírito Santo ……………………………………..US$ 31 milhões
Paraná …………………………………………………..US$ 18 milhões
A valorização do dólar e do euro frente à moeda brasileira foi o principal incentivador da maior destinação da produção nacional ao exterior, segundo a Abrafrutas.
Além disso, a distribuição das chuvas no País em 2021 favoreceu as colheitas, aumentando a produtividade, especialmente das culturas que já são voltadas para a exportação.
A pandemia também teve contribuição para o resultado, uma vez que a busca por aumentar a imunidade elevou a demanda por alimentos saudáveis, repercutindo na venda de frutas no mercado interno e externo.
Os produtos mais exportados
Manga …………………………………………………..US$ 248 milhões (272,5 mil t)
Melão …………………………………………………….US$ 165 milhões (257,9 mil t)
Uva …………………………………………………………US$ 156 milhões (76,6 mil t)
Limão ……………………………………………………..US$ 123 milhões (145 mil t)
Maçã ………………………………………………………US$ 73,8 milhões (99 mil t)
Melancia ………………………………………………..US$ 52,7 milhões (118 mil t)
Mamão …………………………………………………..US$ 50,7 milhões (50,2 mil t)
Banana …………………………………………………..US$ 37 milhões (108,7 mil t)
Outras frutas …………………………………………US$ 21,6 milhões (9,2 mil t)
O diretor institucional da Abrafrutas e sócio da Agrícola Famosa, Luiz Roberto Barcelos, avalia o ano de 2021 como positivo e acredita que os números continuem em ascensão em 2022.
“A expectativa é aumentar esses números em 2022, até porque o câmbio está bem favorável, o que incentiva as exportações. Temos novos mercados que estão começando a comprar mais frutas, como Rússia, Estados Unidos e Ásia. E estamos com novas técnicas para aumentar a produção”, afirma.
A expectativa de uma melhor quadra chuvosa no Estado este ano também eleva as expectativas, assim como a chegada das águas do Rio São Francisco através da Transposição, dando maior segurança hídrica ao setor.
“A transposição do rio São Francisco nos dá a chance de pensar em incrementar áreas de plantio no Estado”, ressalta Barcelos.
O especialista na área de comércio exterior e CEO da FTRADE, Zakaria Benzaama, também projeta um crescimento para 2022, mas alerta que alguns fatores devem ser monitorados pelos exportadores.
“Vai ser necessário monitorar, pois já se especula aumento do frete marítimo na questão de exportação de contêineres. Há dúvida também se vai haver equipamento, se o frete vai compensar, fora a questão da pandemia”.
Segundo Benzaama, o estado também deve visualizar a criação de novas vagas para o setor, com novos terminais sendo construídos na área de Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE). “Isso vai trazer emprego, renda e uma visibilidade enorme para o Ceará dentro do cenário do comércio exterior”, afirma.
A projeção, conforme Barcelos, é de um incremento de 3 a 5% no número de vagas do setor para este ano. “Estamos dependendo da criação de novos mercados, esse número ainda pode aumentar caso se concretizem”.
Barcelos ainda comentou variáveis que podem interferir na performance da fruticultura em 2022. Diferente da maioria dos setores, a incerteza política em ano eleitoral não deve prejudicar o desempenho.
Isso porque, como o foco é exatamente o mercado internacional, as relações não seriam abaladas. Barcelos ainda pontua que a instabilidade pode até aumentar a cotação do dólar, movimento benéfico para exportadores.
“Mas temos uma questão que nos preocupa hoje que é a logística. O frete marítimo está muito mais caro. Algumas coisas estão atrasando e isso gera problemas”, revela.
A dependência do modal rodoviário é outro gargalo que gera apreensão. A alternativa, a cabotagem – transporte de carga entre portos de um mesmo país – ainda não é muito difundida, o que dificulta, por exemplo, a chegada dos produtos em países vizinhos, como Chile e Argentina.
Fonte: Diário do Nordeste – https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/negocios/terceiro-maior-exportador-de-frutas-do-pais-ceara-comercializa-us-178-milhoes-em-2021-1.3181384