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Ceará quer ampliar área livre da mosca-das-frutas, mirando exportações

O Ceará quer ampliar a área certificada como livre da mosca-das-frutas que, atualmente, abrange 11 municípios na região Jaguaribana, próximo à divisa com o Rio Grande do Norte.

O principal objetivo é incrementar ainda mais as exportações de produtos da fruticultura, que ano passado atingiram volume recorde, com valor comercializado em torno de US$ 1,3 bilhões.

Apenas no Porto do Pecém foram mais de 200 mil toneladas exportadas em 2023, cerca de 14% a mais que o registrado no ano anterior.

O que muda com a certificação?

A certificação do maior número possível de municípios no Ceará como livres da mosca-das-frutas visa conquistar, consolidar ou retomar mercados, conforme explicou o secretário-executivo do Agronegócio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), Sílvio Carlos Ribeiro.

“A gente pode expandir essa área livre para diversos municípios do Ceará porque essa é uma praga que os Estados Unidos, por exemplo, não querem por lá”, afirmou o gestor.

O mercado do país norte-americano, a propósito, é um dos principais focos da fruticultura cearense, segundo o secretário.

“A gente teve no passado uma exportação muito forte para lá e devido, à questão tributária desfavorável dos Estados Unidos, diminuiu esse volume porque ficou mais interessante o mercado europeu. Mesmo assim, agora a gente está começando a voltar a pensar nos Estados Unidos e isso foi bastante discutido lá”, disse, referindo-se à participação de comitiva cearense na Fruit Logistica, principal feira do setor na Europa, realizada na semana passada.

“Nos últimos anos, o Ceará começou a trabalhar bastante a questão do Oriente Médio, que tem um mercado consumidor muito interessante. A gente também começou a vislumbrar mais a Ásia e aí veio a China pedindo mais frutas”, acrescentou o secretário-executivo do Agronegócio da SDE. “A Alemanha, por exemplo, está atrás de frutas que tenham uma sustentabilidade e uma pegada ESG focada, principalmente, no social. E a gente está conversando com instituições alemãs para trabalhar com os produtores do Ceará”, acrescentou Sílvio Carlos Ribeiro.

O diretor institucional da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos, também ressaltou a importância de se ter uma área livre da mosca. “Muitos países, para poder receber a fruta brasileira, querem ter a garantia de que ao comprá-la não está indo uma larva que possa levar uma praga para lá. Então, a gente tem a certificação de uma área livre e isso é feito com monitoramento e barreiras fitossanitárias”, pontuou.

Ainda segundo Barcelos, a entidade “tem contribuído junto aos governos, às vezes com material, como armadilhas para capturar os insetos, outras vezes com planejamento estratégico e até mesmo com pressão política para que essas ações não percam a importância e que o Estado continue tendo essa questão como um dos pontos principais para que gente acabe não tendo dificuldade de ter essas áreas livres da mosca-das-frutas”.

Panorama da fruticultura no Ceará*

Exportação de frutas

2023 – 200.856 toneladas

2022 – 176.957 toneladas

Variação: Alta de 14%

Principais produtos

– Melão, melancia e mamão frescos: 96.988 toneladas (Alta de 4%)

– Tâmara, figo, abacaxi, abacate, goiaba, manga e mangostão frescos ou secos: 68.670 toneladas (Alta de 14%)

– Uva fresca ou seca: 26.784 toneladas (Alta de 59%)

– Coco, castanha do pará, castanha de caju frescos ou secos: 6.423 toneladas (Alta de 48%)

– Banana fresca ou seca: 1.022 toneladas (Alta de 449%)

Tempo de viagem das cargas:

– Roterdã/Holanda – 14 dias

– Londres/Inglaterra -16 dias

– Hamburgo/Alemanha – 18 dias

– Bremerhaven/Alemanha – 20 dias

– Antuérpia/Bélgica – 23 dias

– Le Havre/França – 25 dias

– Sines/Portugal – 29 dias

  • *Dados consideram o Porto do Pecém como referência

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