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Fim do tarifaço traz alívio para o setor de FLV

08/12/2025

O fim do tarifaço do governo norte-americano trouxe alívio para o setor de FLV, um dos mais afetados pela taxa de 50% imposta pelos Estados Unidos ao Brasil. A expectativa é de retomada e normalização dos embarques para o país norte-americano depois de três meses e meio de queda em volume e no valor das vendas. De agosto a outubro deste ano, as exportações de manga para os Estados Unidos registraram perda de 40% do valor, em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Comex Stat do governo federal. As exportações brasileiras de castanha-do-pará tiveram queda de 94% e outros produtos agrícolas, como uva, café e gengibre, também foram fortemente afetados.

“A retirada das taxas, em novembro, abriu caminho para restabelecer a dinâmica do comércio bilateral. O mercado norte-americano é estratégico para as frutas brasileiras e a eliminação da cobrança abre espaço para uma retomada dos fluxos de exportação. Agora, o setor pode respirar e voltar a crescer. Sem a sobretaxa, há mais possibilidade de escoamento, preços mais estáveis e condições de manter a produção. Para muitos produtores, isso representa a diferença entre investir ou recuar. É a oportunidade de reconstruir relações comerciais que foram abaladas e de recolocar a fruta brasileira nas prateleiras em que sempre tiveram destaque”, afirma o country director da Ascenza Brasil, Renato Francischelli.

Renato lembra que a manga é um exemplo dos impactos da tarifa no setor de FLV. Entre agosto e outubro de 2024, o Brasil exportou 22,6 mil toneladas de manga para os Estados Unidos. No mesmo período deste ano, foram 31,8 mil toneladas exportadas, volume 41% maior. No entanto, os preços enfrentaram forte queda. Nos três meses do ano passado, o quilo de manga foi comercializado a US$ 1,30 para o mercado norte-americano e no mesmo período deste ano o valor caiu para US$ 0,78 o quilo, valor 40% menor.

Embora o Brasil tenha embarcado um volume 41% maior de manga para os EUA nos três meses de tarifaço, o faturamento caiu de US$ 29,4 milhões em 2024 para US$ 25 milhões este ano. No caso da castanha-do-pará, os embarques este ano foram 94% menores em volume, 21,6 toneladas do produto enviadas entre agosto e outubro ante 367,6 toneladas exportadas no mesmo período do ano passado.

 Outro segmento afetado foi o de uvas, com queda de 67% nas exportações aos EUA durante o tarifaço. De agosto a outubro de 2024, foram embarcadas 2,8 mil toneladas de uvas para os EUA, ante 938,3 toneladas enviadas nos três meses deste ano. O valor caiu 15%, de US$ 3,77 o quilo no ano passado e US$ 3,23 este ano.

A exportação de gengibre teve queda de 22% em volume nos três meses do tarifaço este ano em relação ao mesmo período do ano passado, passando de 3,6 mil toneladas enviadas para os EUA em 2024 e 2,8 mil toneladas em 2025. O valor exportado nesse período caiu 37%, de US$ 5,4 milhões em 2024 para US$ 3,4 milhões em 2025.

Mesmo com a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos ao Brasil, exportadores brasileiros mantiveram e até ampliaram a exportação de FLV, abrindo novos mercados na Europa, Ásia e América do Sul. No caso da manga, o escoamento para os EUA foi mantido, apesar das margens de preço reduzidas, como estratégia para evitar altos estoques, perda de produção e enfraquecimento de relações comerciais já construídas.

“O tarifaço mostrou que os produtores brasileiros precisam estar preparados para movimentos que não tenham relação direta com sua eficiência produtiva e com a demanda do mercado consumidor, mas que podem alterar repentinamente as condições de acesso aos mercados e exigir respostas rápidas para preservar competitividade e presença internacional”, afirma o country director da Ascenza Brasil.

Renato lembrou que a combinação entre necessidade de desova rápida, compromissos firmados com importadores, dólar favorável e logística já estruturada fez com que muitos exportadores aceitassem preços mais baixos para não perder posição nas gôndolas americanas, estratégia defensiva para evitar danos maiores no longo prazo. Com a queda da tarifa, esse mercado vai se reposicionar gradualmente, aponta.

Mercado internacional em alta

A imposição da tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos começou a vigorar em 6 de agosto e foi revogada em 20 de novembro. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, as exportações brasileiras para os EUA caíram 16,5% em agosto, 20,3% em setembro e 37,9% em outubro. Mesmo com as restrições norte-americanas, de acordo com a Agência Brasil, as vendas externas do Brasil cresceram 9,1% em outubro em comparação com o mesmo mês do ano passado, batendo o recorde para o mês desde o início da série histórica, em 1989.

Fonte: Notícias Agrícolas

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