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CEAGESP e MDA participam do lançamento do programa Ceasa Desperdício Zero

04/11/2025

O diretor-presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), José Lourenço Pechtoll, e o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, participaram do lançamento do Programa Ceasa Desperdício Zero.

Parceria entre o MDA, o Instituto Pacto Contra a Fome e a Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen), o objetivo do Ceasa Desperdício Zero é a modernização e o fortalecimento de estratégias de redistribuição de alimentos nas 76 Centrais de Abastecimentos (Ceasas) espalhadas pelo Brasil.

O evento, realizado no dia 4 de novembro, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), também foi palco da Terceira Edição do Prêmio Pacto Contra a Fome. A iniciativa busca reconhecer ações que promovam a segurança alimentar e nutricional no País. Foram contempladas seis organizações do terceiro setor com foco no combate à fome e ao desperdício de alimentos.

Com a temática Feira Popular, o evento foi conduzido pelo ator e comediante Luiz Miranda, como mestre de cerimônia, tendo como anfitriã a cofundadora e presidente do Instituto Pacto Contra a Fome, Geyze Diniz. Entre as várias situações de descontração, proporcionadas por Miranda, a cerimônia apresentou para uma plateia participativa diversos momentos de reflexão a respeito do combate à fome e ao desperdício de alimentos.

Geyze agradeceu a todos os presentes destacando que o evento era uma oportunidade de reencontro com gente que acredita que a fome não é uma fatalidade, mas um problema. “E, como todos os problemas, ela (a fome) tem solução”, destacou. Gleyze lembrou ainda que o Pacto Contra a Fome é uma coalisão suprapartidária e multissetorial, criada há três anos, para mobilizar toda a sociedade na luta pela erradicação da fome, garantindo alimentação adequada e redução do desperdício de alimentos de forma estrutural e permanente.

Ceasa Desperdício Zero

No Brasil, segundo o Instituto Pacto Contra a Fome, mais de 55 milhões de toneladas de alimentos são jogados fora por ano, um problema urgente e desafiador. Cerca de 20% das perdas ocorrem nos Ceasas de todo o País, e é esse cenário que o Programa Ceasa Desperdício Zero quer mudar. A parceria do Pacto Contra a Fome, MDA e Abracen busca fortalecer os bancos de alimentos dentro das centrais, garantindo que mais alimentos bons para consumo deixem de ser descartados e cheguem à mesa de quem precisa, por intermédio de bancos de alimentos que recolhem os produtos e os destinam a organizações que combatem a fome.

Maria Siqueira, cofundadora e diretora de Políticas Públicas no Pacto Contra a Fome, ficou encarregada de formar a mesa para o lançamento do Ceasa Desperdício Zero. Chamou ao palco o ministro Paulo Teixeira e o presidente da CEAGESP, José Lourenço Pechtoll que, na oportunidade, também representou a Abracen, como primeiro vice-presidente da entidade. Na solenidade, os dois estiveram ladeados de Maria e de Geyze.

Segundo Geyze, o lançamento do Ceasa Desperdício Zero é um momento muito especial dentro da frente de combate ao desperdício de alimentos. Estimativas do Pacto Contra Fome mostram que as centrais de abastecimento têm potencial anual de passar de 15 mil para 102 mil toneladas doadas, complementar quase 700 mil refeições, recuperar cerca de R$ 455 milhões, além de evitar a emissão de mais de 150 toneladas de CO2 na atmosfera.

Em nome da rede Banco CEAGESP de Alimentos, que inclui o Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) e mais nove entrepostos do interior, Pechtoll, agradeceu o convite da presidente do Pacto e o apoio do ministro Paulo Teixeira. “Essa luta (contra a fome) não nasceu hoje”, lembrou o presidente da CEAGESP e primeiro vice da Abracen.

Pontos-chaves

Pechtoll contou sobre sua participação na inauguração do primeiro banco público de alimentos, na Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André, na região do ABC paulista). Lembrou de suas idas à zona cerealista na região central da cidade de São Paulo atrás de feijão partido. “O produto, sem valor comercial, era jogado fora. Mas, recolhido pelo banco de alimentos da Craisa, abastecia cozinhas solidárias garantindo refeição, principalmente, para moradores em situação de rua”, recorda.

Para Pechtoll, o Programa Ceasa Desperdício Zero impacta a CEAGESP e as demais centrais de abastecimento em quatro pontos centrais. Primeiro, muda a lógica de valor. “O que atualmente é perda, transforma-se sem valor econômico e social”, explica.

O segundo ponto, de acordo com o presidente da CEAGESP e primeiro vice da Abracen, eleva a CEAGESP e demais centrais à quarta geração. “O desperdício zero é o primeiro de três pilares fundamentais para os ceasas atingirem esse patamar”, afirma. Os outros dois são energia limpa e uso inteligente de água.

O terceiro ponto que o programa impacta positivamente as centrais é a redução drástica do custo operacional. “Precisamos perseguir o desperdício zero, porque parte vira receita; outra, vira doação, sem contar o impacto reputacional, pois se está cumprindo critérios do ESG”, diz Pechtoll.  “Isso melhora até mesmo o Ebitda (da sigla em inglês para Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização ) operacional das nossas empresas.”

O quarto, e não menos importante ponto, segundo Pechtoll, é a vantagem política e institucional. “Política de combate às perdas e desperdícios estão no coração da agenda da ONU. Instalando esse programa Ceasa Desperdício Zero, a gente impacta diretamente os Ods 2 e 12”, afirma o presidente da CEAGESP e primeiro vice da Abracen.

Esforço mundial

Durante o evento, o ministro Paulo Teixeira lembrou de uma questão fundamental para o ser humano. “Sem essa questão ser tratada, todas as demais são menores: a pessoa tem de estar alimentada. Para viver e pensar, e alimentada de alimento saudável”, enfatizou Teixeira.

O ministro cumprimentou o Pacto Contra a Fome pelas várias batalhas em favor da alimentação, entre elas o trabalho junto ao Congresso para isentar a cesta básica por ocasião da reforma tributária. “Vocês foram fundamentais para isso”, enfatizou. Agradeceu ainda a mobilização que resultou na aprovação do projeto que elevou de 30% para 45% a participação da agricultura familiar na merenda escolar.

Saldou a todos os presentes que contribuíram de alguma maneira para que o Brasil saísse novamente o mapa da fome. “A sociedade brasileira foi decisiva nessa mobilização”, ressatou. Segundo Teixeira, com o lançamento da Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza, pelo Governo do Brasil durante a reunião do G-20, em julho do ano passado, no Rio de Janeiro,  “isso virou um esforço mundial”.

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