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Produtores israelenses de manga deixam frutas apodrecendo enquanto exportações entram em colapso

26/09/2025

Os produtores israelenses de manga estão enfrentando uma grave crise, já que a combinação de exportações em queda para a Europa, boicotes econômicos ligados à guerra de Gaza e uma onda de calor precoce deixou enormes quantidades de frutas sem compradores. Para muitos agricultores, a temporada está terminando com perdas de centenas de milhares de shekels (moeda local equivale a R$ 1,65).

“Deixei mais de 100 toneladas de mangas nas árvores para apodrecer e cair porque colhê-las custaria mais do que poderíamos vendê-las”, disse Robert Amrosi, um veterano produtor de manga da Galileia que administra 20 hectares de pomares familiares em Moshav Migdal.

O mercado europeu fechou para as mangas israelenses depois que o governo Trump impôs tarifas sobre as importações de manga brasileira, levando os agricultores brasileiros a redirecionarem suas frutas para a Europa — o principal destino de exportação dos produtores israelenses. Ao mesmo tempo, o mercado palestino em Gaza e na Cisjordânia, que anteriormente absorvia de 10% a 15% da safra, também fechou. Os agricultores disseram que os compradores europeus “estavam felizes” em evitar os produtos israelenses em meio aos apelos por boicote. “Tudo isso levou a um enorme excesso de oferta no mercado local”, disse Amrosi.

Os números são gritantes: “Colhi cerca de 100 toneladas. A embalagem custa dois shekels (R$ 3,90) por quilo, a colheita outro shekel por quilo, e só consegui dois shekels no total”, explicou Amrosi. Ele acrescentou que mais de 100 toneladas permaneceram nas árvores porque a fruta nem valia a pena tocar. “Tivemos temperaturas próximas a 50 graus Celsius por uma semana, o que fez com que a fruta amadurecesse e caísse. Os custos da colheita tornam o cultivo de manga antieconômico. Hoje, custa 6.000 shekels (R$ 9.900) por 1.000 m2 pela água, fertilizantes e cuidados com o pomar, sem contar a colheita e a embalagem. Estou perdendo quase um milhão de shekels (R$ 1.650.000) e muitas outras fazendas não sobreviverão. O Ministro das Finanças Smotrich precisa intervir.”

A Associação de Produtores de Frutas alertou que, sem ajuda governamental, todo o setor está em risco. “A indústria de manga de Israel, que sustenta centenas de famílias em regiões periféricas, está em crise aguda”, disse o CEO Yaron Belhassan. Ele acrescentou que membros do lobby agrícola parlamentar exigiram uma indenização direta de 1.500 shekels por dunam (1.000.000) e uma expansão dos mecanismos de indenização do governo, semelhantes aos usados ​​para danos de guerra.

Iniciativas locais surgiram para proporcionar alívio parcial. Muitos agricultores estão vendendo mangas diretamente aos consumidores, embora essa abordagem não seja lucrativa para grandes pomares. Amrosi disse: “Entregar de 20 a 50 caixas para o centro de Israel não cobre os custos de transporte e mão de obra. Vendas diretas não são realistas para volumes enormes. O problema também é que os supermercados cobram margens enormes — com mangas ‘Keitt’, obtemos apenas 60 agorot (R$ 9,90) por quilo. Não querem nossas frutas, dizendo que não podem fazer nada com elas.”

Em um esforço para evitar o desperdício, a Avocado Gal, uma unidade de embalagem em Kiryat Shmona, distribuiu cerca de 30 toneladas de mangas gratuitamente para moradores e vilarejos locais na Alta Galileia, CEO da Galilee Development Company, disse: “Em vez de desperdiçar as frutas ou servir de alimento para o gado, queríamos nos esforçar com os agricultores e trabalhadores da unidade de embalagem para trazer alegria aos moradores após dois anos difíceis de guerra e recuperação contínua.”

Uma nova iniciativa, “Do Pomar ao Posto Avançado”, também foi lançada, conectando agricultores diretamente com soldados. Voluntários compram mangas frescas de pomares e as entregam como presentes para bases do exército em Israel. “A ideia é simples — em vez de deixar as mangas apodrecerem nas árvores, nós as compramos diretamente dos agricultores, apoiando-os e, ao mesmo tempo, as enviamos aos soldados que guardam nossas fronteiras”, disseram os organizadores.

O projeto utiliza financiamento coletivo: uma doação de cinco shekels (R$ 8,25) financia um quilo de mangas, apoiando os agricultores e dando aos soldados um gostinho de casa. Até agora, três toneladas de mangas chegaram às unidades militares em todo o país. “Somos todos reservistas”, disse Erez, um dos voluntários. “Pequenas contribuições fazem uma grande diferença — os agricultores ganham esperança e os soldados desfrutam de um verdadeiro deleite vindo de casa.”

Fonte: https://www.ynetnews.com/environment/article/rjervpxngl

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