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Exportadores de frutas brasileiros enfrentam impacto do tarifaço dos EUA

12/08/2025

A imposição de tarifas americanas de 50% sobre diversos produtos brasileiros, incluindo hortifrutigranjeiros, está gerando preocupações sobre o aumento da concorrência no mercado interno de frutas e hortaliças do Brasil. Analistas observam que a medida pode levar à queda dos preços ao consumidor e à redução das margens de lucro do produtor.

Segundo Valeska Ciré, representante da Associação Internacional de Produtos Frescos (IFPA) no Brasil, o setor está “observando, na expectativa de diálogo”. Ela explicou que, mesmo que os exportadores busquem novos mercados, a realocação de contêineres originalmente destinados aos EUA é complexa, e as margens dos produtores provavelmente serão reduzidas imediatamente. “O aumento da oferta pode levar a mais concorrência e queda de preços, além de penalizar os produtores”, disse ela durante a Brazil Conference & Expo, realizada nos dias 6 e 7 de agosto em São Paulo.

A IFPA conta com 3.000 membros em todo o mundo e 160 empresas no Brasil, de pequeno a grande porte, incluindo produtores de manga, uva, melão, morango e maçã. A Ciré observou que todos serão impactados pelas mudanças tarifárias.

Dos US$ 1,3 bilhão exportados pela Agrícola Famosa em 2024, os EUA representaram cerca de 12%, ou aproximadamente US$ 140 milhões. O principal mercado da empresa é a Europa, que absorve 70% da produção. Mesmo assim, os impactos do aumento tarifário são preocupantes, disse o sócio-fundador Luiz Roberto Barcelos. “É um volume significativo; o preço inevitavelmente cairá.”

Barcelos afirmou que os importadores americanos estão aceitando margens menores, enquanto repassam parte do aumento de custos aos consumidores. Alguns exportadores brasileiros, acrescentou, também estão dispostos a reduzir suas próprias margens. No entanto, espera-se que os preços mais altos nos EUA desacelerem o consumo e aumentem as importações de outros fornecedores, como Equador e Peru. Se as tarifas permanecerem, a produção doméstica provavelmente diminuirá. “Quem pagará o preço são os produtores brasileiros, os importadores e os consumidores norte-americanos”, disse Barcelos.

Ele descreveu a abertura de novos mercados como um processo de longo prazo. “Levamos sete anos para enviar melões para a China e quatro anos para enviar uvas. É possível abrir novos mercados, mas nenhum deles levará menos de dois anos. Esta solução não terá efeito algum sobre as mangas que já estão na árvore, aguardando a colheita hoje.”

Ciré também defendeu campanhas para impulsionar o consumo interno, observando que o Brasil atualmente consome apenas um terço da quantidade de frutas e vegetais recomendada pela Organização Mundial da Saúde. “Uma maior demanda interna criaria um grande mercado interno, absorvendo o aumento da oferta”, disse ela.

Fonte: Abrafrutas

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