26/04/2025
A Companhia Nacional de Abastecimento – Conab divulgou, no dia 25 de Abril, o Boletim Hortigranjeiro Nº 04, Volume 11, do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro – Prohort. O estudo analisa a comercialização exercida nos entrepostos públicos de hortigranjeiros, que representam um dos principais canais de escoamento de produtos in natura do país. A conjuntura mensal é realizada para as hortaliças e as frutas com maior representatividade na comercialização efetuada nas Centrais de Abastecimento – Ceasas do país e que possuem maior peso no cálculo do índice de inflação oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA. Assim, os produtos analisados são: alface, batata, cebola, cenoura, tomate, banana, laranja, maçã, mamão e melancia. O levantamento dos dados estatísticos que possibilitaram a análise deste mês foi realizado nas Centrais de Abastecimento localizadas em São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ, Campinas/SP, Vitória/ES, Curitiba/PR, São José/SC, Goiânia/GO, Recife/PE, Fortaleza/CE e Rio Branco/AC que, em conjunto, comercializam grande parte dos hortigranjeiros consumidos pela população brasileira.
O Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro – Prohort, tem, entre seus principais pilares, a construção e a manutenção de uma grande base de dados com informações das Centrais, o que propicia alcançar os números da comercialização dos produtos hortigranjeiros desses mercados. As plataformas de consulta permitem o acompanhamento de preços, ofertas, identificação das regiões produtoras, consulta de séries históricas, análises de mercado, entre outros estudos técnicos. Convém destacar que os preços médios expostos nas análises deste Boletim, correspondem à média ponderada pela quantidade comercializada de cada variedade do produto. A base de dados Conab/Prohort, considerada a maior e de maior alcance do país, contempla informações de 117 frutas e 123 hortaliças, somando mais de mil produtos, quando são consideradas suas variedades.
HORTALIÇAS
Em março, o movimento preponderante para alface e batata foi de queda. Já a cebola, cenoura e tomate teve alta nos preços na média ponderada.
Alface – Preço médio: R$ 5,30 kg
Depois de um movimento de alta durante fevereiro, em março o preço voltou a cair. A média ponderada entre as Ceasas teve queda de 8,08%, em relação a fevereiro. O movimento não foi unânime entre as Ceasas. As que empurraram a média para baixo foram a Ceagesp – São Paulo (-14,32%), a CeasaMinas – Belo horizonte (-21,89%) e a Ceasa/PE – Recife (-60,79%). As diminuições de preço foram em função da maior comercialização da folhosa nas respectivas Ceasas. Na Ceagesp – São Paulo, ela subiu 5,1%, na CeasaMinas – Belo Horizonte, a alta foi de 13,2% e, na Ceasa/PE – Recife, foi de 7,9%.
Batata – Preço médio: R$ 2,10 kg
Os preços estão em queda desde dezembro de 2024, quando a safra das águas começou a se intensificar. Em março, a média ponderada teve queda de 5,34%, considerada de pouca intensidade. Pelo lado da oferta, o Paraná e Minas Gerais foram os estados que comandaram o abastecimento das Ceasas analisadas em março. O Paraná participou com 31% da comercialização total. No entanto, agora, os envios de Minas Gerais praticamente se equipararam com o Paraná. Eles registraram 32% de representatividade. Bahia com participação de 15%, Rio Grande do Sul com 12%, Santa Catarina com 6% e, em conjunto, São Paulo, Goiás e outros estados de menor expressão nessa época com 4 % completaram o quadro do abastecimento às Ceasas.
Cebola – Preço médio: R$ 2,62 kg
Novo aumento dos preços da cebola em março. Desta feita a alta foi em todas as onze Ceasas analisadas. A média ponderada entre elas teve variação positiva de 11,44%, em relação à média de fevereiro. A alta dos preços variou de 3,76% na Ceasa/SC – São José até 31,52% na Ceasa/PE – Recife. Deve-se mencionar que os preços em alta nessa época são motivados pela concentração de oferta no Sul do país. Mas é preciso destacar que a alta de 2025 foi, de certa forma, de pequena intensidade, quando comparado com a variação de 2024/2023.
Cenoura – Preço médio: R$ 3,08 kg
Alta de pouca intensidade nos preços da cenoura em março. Eles vêm em ascensão paulatina desde novembro de 2024. Altas expressivas foram verificadas em janeiro, de 47,89%, em dezembro de 19,63% e em novembro de 2024, de 11,58%. Em março, a média aumentou 3,26% na comparação com a média de fevereiro. Somente em fevereiro os preços caíram, assim mesmo de apenas 8,01%, na média ponderada dentre as Ceasas. A oferta em março foi um pouco superior em relação a fevereiro, 5,8% acima.
Tomate – Preço médio: R$ 5,86 kg
Em março, a variação positiva de preço ficou entre 13,64% na Ceasa/RJ – Rio de Janeiro e 197,52% na Ceasa/SC – São José. Destaque também para o aumento de preço na Ceagesp – São Paulo (69,97%) e na Ceasa/PR – Curitiba (58,95%). Em algumas, o preço caiu, notadamente, nos mercados atacadistas do Nordeste, como na Ceasa/PE – Recife (-16,17%) e na Ceasa/CE – Fortaleza (-6,68%). A paulatina diminuição da oferta vem provocando a alta de preço. A proximidade do final da safra de verão provoca esse comportamento, com algumas áreas com escassez de tomate em ponto de colheita. A oferta em março foi 3,3% inferior à de fevereiro.
FRUTAS
Em março, o movimento preponderante de preços da banana, maçã e mamão foi de queda. Já a laranja e a melancia apresentaram leve alta nos preços na média.
Banana – Preço médio: R$ 3,44 kg
Ocorreu queda leve na maioria das Ceasas analisadas e o volume comercializado subiu nos entrepostos. No mercado de banana prata, a oferta foi baixa e os preços, elevados. Já a oferta de banana nanica caiu lentamente a partir da segunda quinzena do mês e, assim, os preços começaram a ser pressionados no sentido de alta. As exportações aumentaram em relação a fevereiro por causa da maior disponibilidade da variedade nanica, com o aumento da produção, cenário que deverá oscilar nos próximos meses. Laranja Ocorreu oscilação de preços e da comercialização nas Ceasas. Com a menor qualidade das frutas, a demanda industrial foi menor. Consequentemente, os preços caíram para o setor industrial e sobraram mais frutas para consumo no atacado e varejo. A demanda esteve aquecida na primeira quinzena, fato sem maiores impacto sobre preços em virtude da menor qualidade de muitas frutas. As exportações caíram devido à redução da oferta da fruta para moagem (entressafra), à menor qualidade, preços do suco em queda internacionalmente e à demanda estagnada.
Laranja – Preço médio: R$ 4,12 kg
Ocorreu oscilação de preços e da comercialização nas Ceasas. Com a menor qualidade das frutas, a demanda industrial foi menor. Consequentemente, os preços caíram para o setor industrial e sobraram mais frutas para consumo no atacado e varejo. A demanda esteve aquecida na primeira quinzena, fato sem maiores impacto sobre preços em virtude da menor qualidade de muitas frutas. As exportações caíram devido à redução da oferta da fruta para moagem (entressafra), à menor qualidade, preços do suco em queda internacionalmente e à demanda estagnada.
Maçã – Preço médio: R$ 8,11 kg
Ocorreu queda nas cotações e aumento da colheita da maçã fuji, notadamente no último terço mensal, com estabilidade da comercialização pelas Ceasas por causa do controle de oferta executado pelas companhias classificadoras. Já a colheita da maçã gala foi praticamente encerrada, com resultados referentes ao volume menores do que previstos inicialmente. As exportações subiram no mês, e serão maiores em relação ao ano passado por causa da maior produção, sendo seus principais destinos mercados asiáticos. As importações diminuíram.
Mamão – Preço médio: R$ 5,63 kg
Ocorreu elevação da comercialização e variação não uniforme nos preços na média mensal, com destaque para a menor oferta do mamão papaya, o aumento da comercialização do formosa no fim do mês. Elevação da demanda na primeira quinzena, mas a menor qualidade das frutas contribuiu para que os preços não fossem mais pressionados no sentido de alta. As exportações continuaram aquecidas, notadamente para a Europa, e assim tendem a permanecer por causa da boa demanda europeia.
Melancia – Preço médio: R$ 2,91 kg
Ocorreu oscilação tanto de preços quanto da comercialização. As cotações no início do mês foram mais elevadas por causa da menor oferta. Na segunda quinzena, a produção aumentou em São Paulo, devendo se encerrar no mês de abril. A demanda nacional nas três primeiras semanas do mês, na maioria dos centros consumidores, foi positiva por causa do calor. As exportações continuaram em alta, principalmente das minis melancias potiguares e cearenses, em meio a problemas com concorrentes.
Fonte: https://www.conab.gov.br/info-agro/hortigranjeiros-prohort/