18/04/2025
À medida que a Europa se consolida como o principal mercado de frutas exóticas, os exportadores brasileiros precisam lidar com picos de produção, pressões de certificação e desafios logísticos que exigem precisão e adaptação contínua.
Com mais de 60 anos de experiência no mercado brasileiro, a Campal Frutas é uma das maiores exportadoras de figos do país. “Em 2024, representamos 40% de todas as exportações brasileiras de figos em volume”, afirmou Júlio Leite, da Campal Frutas.

Os figos são o principal produto da Campal. A empresa os produz durante todo o ano, com pico de produção entre novembro e abril. “Conseguimos uma produção constante graças à nossa experiência e estrutura. Isso nos permite abastecer o mercado interno e externo durante todo o ano”, afirmou Leite.
A empresa expandiu com sucesso seu catálogo de produtos para incluir frutas exóticas como manga-palmer, manga-maçã, pitaya, atemóia, goiaba, carambola, lichia, abacate e gengibre. Recentemente, a Campal começou a exportar manga para Espanha e Portugal. “Essa diversificação fortaleceu nossa presença internacional e abriu novas oportunidades para os produtores locais”, afirmou Leite.
A empresa possui 150 hectares de cultivo próprio e trabalha com produtores certificados, seguindo rigorosos padrões de qualidade. “Temos cinco certificações internacionais e exigimos que nossos parceiros também cumpram esses padrões”, enfatizou. Esse compromisso com a qualidade é crucial para manter a competitividade, especialmente diante das constantes dificuldades climáticas e logísticas.
O início da safra de figos de 2024 foi afetado por eventos climáticos que causaram um ligeiro atraso na produção. “No entanto, a produção disparou aproximadamente três semanas após o início habitual da alta temporada, em outubro. Essa recuperação trouxe uma grande oferta ao mercado, o que causou uma queda momentânea nos preços, antes de se estabilizarem no início de 2025”, afirmou.
“Os preços do figo são regidos pela dinâmica do mercado interno brasileiro, e seu valor pode variar entre 4 e 12 euros por caixa de 1,2 kg. A fruta tem boa aceitação e há pouca variação se o mercado interno se mantiver estável. Já a caixa de 13,6 kg de gengibre baby foi vendida por 33 dólares. É um preço alto para a safra”, disse ele.
Noventa e cinco por cento das exportações são realizadas por via aérea, o que ajuda a manter o frescor do produto, mas cria desafios logísticos significativos. “O Brasil ainda enfrenta problemas de infraestrutura, como a falta de câmaras frigoríficas nos aeroportos, o que pode causar perdas de voos e comprometer a qualidade”, explica Leite.
“Esperamos um clima melhor e preços mais estáveis na safra de 2025. Parece que este será um ano muito melhor que o anterior”, concluiu Leite.
Fonte: https://www.freshplaza.com/latin-america/article/9724788