Setor se reúne para debater sobre a importância da utilização de embalagens retornáveis na cadeia de hortigranjeiros
No dia 15 de outubro, o Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort) e a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), promoveram, na cidade de São Paulo, o Encontro de Embalagens Retornáveis. A programação do evento, abordou apresentações e palestras sobre importantes temas, como: legislação vigente; a apresentação dos modelos adotados nas Centrais de Minas Gerais, Campinas e Pernambuco; experiência prática dos bancos higienizadores/lavadores; sistemas de locação e a gestão de controle das embalagens plásticas higienizadas, além de apresentação de modelos de máquinas de limpeza e higienização.
Tema central nas discussões foi a conservação e manutenção da qualidade das hortaliças e frutas, que influem diretamente nos requisitos para a diminuição das perdas e desperdícios de alimentos. À utilização de embalagens adequadas e limpas, representam um grande diferencial para a consecução desses objetivos.
O Encontro, contou com a participação de dirigentes e técnicos de diversas Centrais de Abastecimento, do Ibrahort, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), além de comerciantes e seus representantes de classe. Se juntaram também ao debate empresários da indústria de máquinas e embalagens e gestores dos bancos higienizadores de caixas plásticas que operam em algumas Ceasas do Brasil, proporcionando discussão ampla e produtiva sobre a questão.
Equipe da Ceagesp e da CeasaMinas compartilharam suas experiências sobre a utilização de embalagens nos seus entrepostos.
As tratativas no Encontro focaram a melhoria dos processos gerenciais e operacionais e de como auferirem maior escala, controle e sustentabilidade econômica, atraindo mais comerciantes a se integrarem no processo, sem elevação no custo ou aumento de preços finais aos consumidores.
Um grande eixo de discussões foi o uso de embalagens inadequadas, como as caixas de madeira usadas diversas vezes. A perspectiva principal é o grande prejuízo à qualidade dos produtos e a possibilidade de contaminação das cargas, redundando em desqualificação das mercadorias, contaminação direta e cruzada nas hortas e pomares produtivos, além de risco à saúde dos consumidores. A embalagem adequada e higienizada é um grande escudo de proteção e o uso de um material como a madeira, por várias vezes, representa, ao invés de economia, forte potencial de prejuízos.
Como sabemos, as frutas e hortaliças continuam vivas, mesmo após a colheita. Concentram água e respiram. Embalagens seguras e limpas podem influenciar muito na manutenção e frescor desses alimentos.
APRESENTAÇÕES E PALESTRAS:
Gabriel Bittencourt da Ceagesp apresentou o Programas Paulista para a Melhoria e Produção de Embalagens e o Programa Brasileiro de Modernização da Horticultura. Também fez um périplo sobre as legislações em interface com o tema, em especial, a Instrução Normativa SARC/Anvisa/Inmetro Nº 009/2002 e o Projeto de Lei 3.778/2012.
Letícia Fonseca, assessora técnica de Frutas, Hortaliças e Flores da CNA, versou sobre os alimentos seguros e fez abordagem sobre os conceitos que giram sobre o ESG, sigla em inglês que define a sustentabilidade econômica, social e ambiental nos processos. Chamou a atenção para os cuidados com a geração de resíduos e para a rastreabilidade das cargas e o uso do caderno de campo.
Cristina D Staliano, secretária de Vigilância Sanitária de São Paulo, falou sobre a legislação sanitária. Os cuidados com a saúde pública e prevenção para as Doenças por Transmissão Hídrica e Alimentar – DTHA, que são mais de 250 tipos de doenças que podem ser transmitidos por meio dos alimentos contaminados e as embalagens podem representar um importante vetor de transmissão. Também fez abordagem sobre a legislação que interfere na matéria.
Paulo Schincariol, diretor da Indústria NHS Máquinas, apresentou equipamentos modernos de sua indústria, evocando todas a funcionalidades e vantagens, como o uso de diversos bicos ejetores de água e materiais para higienização eficiente.
Wilson Guide, assessor Técnico da CeasaMinas, fez relato histórico dos Bancos de Higienização de Caixas Plásticas das unidades da CeasaMinas. Destacou o nível de perdas, de qualidade e dos riscos contaminantes das embalagens não sanitizadas. Lembrou também do possível prejuízo aos consumidores de produtos em embalagens inadequadas, em especial, ao peso do produto, que diversas vezes não correspondem ao valor adquirido e pago.
José Mansur S. Malhame, diretor técnico-operacional da Ceasa Campinas/SP, fez um histórico do Banco Higienizador da Caixas Plásticas da Ceasa Campinas, que teve seu início, em 2009, com administração da própria Ceasa. Explanou que não foi exitosa essa administração, assim, em 2011, o Banco foi transferido para particulares e que, também não teve sucesso. Em seguida, no ano de 2017, por meio de um Acordo de Cooperação Técnica, a gestão foi transferida para a Associação dos Permissionários da Central. E assim está até hoje, funcionando bem.
Marcelo Moraes, gestor do Banco de Caixas da Ceasa Pernambuco, fez relato das atividades e mencionou a possibilidade de contratação de recursos do Governo Federal, via PRONAF, para a aquisição e Higienização de caixas plásticas. Citou as linhas do Banco do Brasil e Proger.
Ulisses Pereira, gestor do banco de Caixas do interior de Minas Gerais, apontou os pontos negativos da legislação vigente, em especial da NBr que não prevê normas para a manutenção da higienização em transportes, assim pode ocorrer a contaminação e acúmulos de sujidades no ambiente transportador.
José Gagliarde, ex proprietário de diversos Bancos Higienizadores de Caixas Plásticas, historiou o processo da introdução das caixas de madeira denominadas caixas K, oriundas das embalagens de querosene no Brasil. Também fez amplo relato sobre sua participação pessoal no processo de construção de bancos higienizadores.
Fabiana Litaude, representante da Indústria IFCO, empresa industrial de origem alemã, que atua em diversos países, disse que sua empresa não vende as embalagens que produz, apenas aluga. Que o serviço que vende inclui a higienização após o uso.
Noé Xavier, diretor da Empresa de Tecnologia IDHA, atuando em Minas Gerais, abordou que sua empresa criou um sistema de monitoramento de caixas. Por meio de um aplicativo, disse conseguir rastrear todos os usos e locais que se encontram. Tal trabalho permite o controle seguro de todo o processo, que evita desvios e garante a higidez da operação.
18/10/2024
Fonte: Ceagesp. https://ceagesp.gov.br/comunicacao/noticias/encontro-embalagens-retornaveis-2024-2/